POE Passivo x POE Ativo
POE ativo vs. POE passivo: entenda as diferenças e escolha sem dor de cabeça
Quando o assunto é alimentar dispositivos de rede pelo mesmo cabo Ethernet, o Power over Ethernet (PoE) é um verdadeiro facilitador. Mas há duas famílias que sempre geram dúvidas: PoE ativo e PoE passivo. Embora ambos usem o cabo de rede para levar energia e dados, eles funcionam de maneiras bem diferentes — e isso impacta compatibilidade, segurança, distância de cabo, custo e até a vida útil dos seus equipamentos.
A seguir, você vai entender claramente as diferenças, quando usar cada um, e como evitar erros comuns que podem queimar dispositivos ou causar instabilidade na sua rede.
O QUE É POE (Power over Ethernet)
PoE é a técnica de enviar energia elétrica pelo cabo Ethernet, junto com os dados. Isso dispensa fontes próximas ao dispositivo e simplifica instalações de Access Point Wi-Fi, câmeras IP, telefones VoIP, rádios ponto-a-ponto, entre outros.
- PSE: o equipamento que fornece energia (ex.: switch PoE, injetor (fonte) PoE).
- PD: o equipamento alimentado (ex.: access point, câmera IP, ).
POE ATIVO: PADRÃO, NEGOCIAÇÃO E SEGURANÇA
O PoE ativo segue normas IEEE, como:
- 802.3af: até 15,4 W no PSE (cerca de 12,95 W disponíveis no PD)
- 802.3at (PoE+): até 30 W no PSE (cerca de 25,5 W no PD)
- 802.3bt (PoE++ Tipo 3 e 4): até 60–90 W no PSE (aprox. 51–71 W no PD, podendo chegar mais alto em equipamentos específicos)
O ponto-chave do PoE ativo é a negociação:
- Detecção: o PSE verifica se na porta existe um PD compatível, por meio de uma “assinatura” elétrica.
- Classificação: o PSE identifica a classe de potência do PD (quanto de energia ele precisa).
- Alimentação: somente depois disso a energia é liberada, no nível certo.
Esse “handshake” evita danos, porque:
- Se não houver PD PoE ativo, o PSE não envia energia.
- Se o PD pedir menos potência, o PSE limita a entrega conforme a classe.
- Em casos de curto, sobrecarga ou desconexão, o PSE corta a alimentação.
OUTRAS CARACTERÍSTICAS DO POE ATIVO:
- Compatibilidade ampla: funciona com a maioria dos Access Point, câmeras IP, e telefones VoIP modernos.
- Modos de alimentação: Mode A e Mode B em 10/100 Mbps, e alimentação por 4 pares em 802.3bt para potências mais altas.
- Distância típica: até 100 metros de cabo por segmento (limite do Ethernet, não apenas da energia).
- Gestão: switches PoE gerenciáveis mostram consumo por porta, permitem agendamento, priorização e reinicialização remota do PD.
QUANDO USAR:
• Projetos corporativos, redes estáveis, ambientes com dispositivos de diferentes marcas.
• Câmeras IP, APs Wi‑Fi, VoIP, leitores de controle de acesso, painéis de LED PoE, thin clients PoE, entre outros.
VANTAGENS:
- Muito mais seguro e padronizado.
- Autoproteção contra erros de ligação.
- Monitoramento e gestão de energia.
- Alta compatibilidade e evolução (af, at, bt).
POE PASSIVO: SIMPLES, DIRETO E … SEM NEGOCIAÇÃO
O PoE passivo injeta uma tensão fixa no cabo Ethernet, sem qualquer detecção ou classificação.
É “ligou, energizou”. As tensões mais comuns são:
- 12 V passivo
- 24 V passivo (muito usado em rádios e alguns APs de provedores)
- 48 V passivo
O grande risco: como não há negociação, se você conectar um PSE passivo de 24 V a um dispositivo que espera 48 V ativo (802.3af/at), ou a um equipamento que nem é PoE, pode queimar imediatamente. É por isso que o PoE passivo exige muito cuidado com compatibilidade de tensão e pinagem.
Características do PoE passivo:
- Não padronizado (cada fabricante pode implementar de um jeito).
- Normalmente mais barato e comum em cenários WISP e enlaces outdoor.
- Tende a funcionar melhor em distâncias menores ou com tensões mais altas (para reduzir queda de tensão).
- Não oferece proteção inteligente nativa (quem protege é a fonte, se houver).
Quando usar:
• Cenários específicos com equipamentos todos do mesmo fabricante e mesma tensão.
• Projetos legados WISP e enlaces ponto-a-ponto que exigem 24 V passivo.
• Situações em que custo e simplicidade pesam mais que padronização
VANTAGENS
- Custo mais baixo do PSE (injetores passivos são baratos).
- Instalação “plug-and-play” quando todos os equipamentos são compatíveis.
- Bom para links outdoor simples e com curto alcance de cabo.
DESVANTAGENS
- Alto risco de queima por incompatibilidade.
- Sem negociação, sem telemetria e pouca proteção.
- Menor interoperabilidade com marcas diferentes.
- Dificulta gestão e crescimento do projeto.
COMPARANDO POE ATIVO X POE PASSIVO
- Segurança:
- Ativo: alta, só energiza se o PD for compatível e negocia potência.
- Passivo: baixa, energiza sempre; erro de tensão pode danificar o PD.
- Compatibilidade:
- Ativo: padrão IEEE, ampla interoperabilidade.
- Passivo: dependente de fabricante, tensão e pinagem.
- Custo inicial:
- Ativo: maior (switches e injetores padronizados são mais caros).
- Passivo: menor (injetores simples e fontes baratas).
- Gestão e diagnóstico:
- Ativo: permite monitorar consumo, reiniciar portas, priorizar equipamentos.
- Passivo: geralmente sem gestão.
- Distância e perdas:
- Ambos: limite de Ethernet é 100 m por segmento.
- Ativo: mais tolerante, especialmente em 48 V ou 4 pares no 802.3bt.
- Passivo: mais sensível a quedas de tensão, principalmente em 12 V e 24 V.
- Escalabilidade:
- Ativo: ideal para crescer a rede com segurança e padronização.
- Passivo: escala mal em ambientes heterogêneos.
“POSSO MISTURAR POE ATIVO E PASSIVO NA MESMA REDE ?”
- PSE ativo alimentando PD passivo: em geral, não funciona. O PSE ativo busca a assinatura IEEE; como o PD passivo não tem, o PSE não liga a energia. É seguro, mas não vai energizar.
- PSE passivo alimentando PD ativo: perigoso. O PSE passivo joga tensão direto. Se a tensão não for exatamente a que o PD espera (e muitos PDs IEEE esperam 48 V com negociação), há risco real de dano.
- Regra prática: não misture. Se precisar, use conversores específicos que deixem claro suporte a passivo e ativo, com tensão e pinagem corretas.
MITOS E VERDADES
- “PoE passivo é mais fraco.” Não necessariamente. Ele pode fornecer correntes altas, mas sem controle. O problema não é potência, é a falta de negociação e proteção.
- “Qualquer cabo funciona igual.” Não. Cabos de cobre puro (Cat5e ou Cat6) e boa terminação influenciam perdas, aquecimento e estabilidade.
- “Se encaixa, está certo.” Falso. Conectores RJ45 são iguais, mas a eletrônica atrás deles não. Verifique tensão, padrão (IEEE ou não) e pinagem.
COMO IDENTIFICAR SE SEU EQUIPAMENTOS É ATIVO OU PASSIVO
- Leia a etiqueta ou datasheet:
- “IEEE 802.3af/at/bt” indica PoE ativo.
- “PoE 24 V passivo” ou “PoE 48 V passivo” indica passivo.
- No switch ou injetor:
- “802.3af/at”, “PoE+”, “PoE++” são ativos.
- “Passive PoE injector 24 V” é passivo.
- Em APs e rádios outdoor:
- Linhas antigas de alguns fabricantes (por exemplo, de provedores) costumam ser 24 V passivo.
- Modelos mais novos tendem a suportar 802.3af/at, mas confirme no manual.
Dica: se o manual menciona “Modo A”, “Modo B”, “Classe 0–8” e “detecção”, é forte sinal de PoE ativo. Se só falar “24 V no par 4-5 e 7-8”, é passivo.
PINAGEM E MODOS: RESUMO RÁPIDO
- Mode A (10/100): energia nos pares de dados 1-2 e 3-6.
- Mode B (10/100): energia nos pares “sobrando” 4-5 e 7-8.
- Gigabit: usa todos os quatro pares; em 802.3bt, a energia pode ir por 4 pares, permitindo mais potência.
Em passivo, cada fabricante pode escolher onde injeta a tensão. Por isso, pinagem errada também queima.
CONCLUSÃO
- PoE ativo é o padrão recomendado para a maioria dos projetos: seguro, compatível, gerenciável e preparado para crescer.
- PoE passivo pode fazer sentido em cenários específicos e controlados (sobretudo legados e WISP), mas exige atenção rígida à tensão e pinagem.
- Nunca misture sem entender exatamente o que cada lado suporta. Uma ligação incorreta pode queimar o dispositivo instantaneamente.
- Se a ideia é dormir tranquilo e evitar dor de cabeça, vá de PoE ativo sempre que puder. ⚡
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